Como ficam os jogos baseados em criptomoeda com o colapso do Bitcoin?

Nos últimos meses o Bitcoin, principal criptomoeda, apresentou uma queda significativa no seu preço, chegando a cair mais de 70% em valor, afetando muitos dos jogos baseados em blockchain.

Vários jogos aproveitaram a onda das criptomoedas para tentar lucrar ainda mais e gerar algum tipo de receita para os jogadores. Em alguns casos como CS:GO, Castle Crush, Final Fantasy ou MIR4, os jogadores poderiam produzir skins ou acessórios, que seriam então transformados em NFTs para que pudessem ser vendidos na loja do jogo.

O grande problema é que o Bitcoin, principal ativo entre as criptomoedas, sofreu uma forte desvalorização no início de 2022, chegando a perder mais de 70% do valor de mercado e isso impactou fortemente os produtores de conteúdo e também os jogos.

As criptomoedas são ativos digitais que não têm suporte de nenhum governo e são reguladas pelo mercado, sendo consideradas investimentos de alto risco. Existem várias criptomoedas sendo o Bitcoi e o Ethereum as duas mais conhecidas. Inclusive, o Ethereum é a criptomoeda que possui a maior quantidade de pessoas realizado atividades de mineração, que seria algo semelhante a buscar novas moedas no mundo real, sendo que isso é realizado no mundo virtual.

Já os NFTs têm uma definição e uso um pouco diferentes. NFTs são tokens não fungívbeis, ou seja, não se pode ter algo que seja, na verdade, igual. Por exemplo, podemos trocar uma nota de R$ 10,00 por outra nota de R$ 10,00, pois elas são, na verdade a mesma coisa. Ou ainda, trocar por duas notas de R$ 5,00, tendo o mesmo valor. Um token não fungível é algo único e que pode apenas ser transmitido entre diferentes donos.

O mercado de NFTs se expandiu muito com a venda de produtos relacionados aos games, além de skins personalizadas que podem ser vendidas, alguns jogos criaram sua própria moeda como a $ ACS, do Castle Crush, que pode ser usada para comprar um assento no “Castle Crush Council” e votar em decisões importantes no desenvolvimento do jogo.

Já o MIR4 é um jogo MMORPG gratuito desenvolvido pela Wemade, com ele os jogadores podem realizar diferntes tarefas e atividades no jogo e recebem recompensas pelas tarefas concluídas. Com os tokens ou os NFTs, os jogadores podem sacar semanalmente os valores ou podem usá-los para fazer upgrades nos seus personagens e assim ficarem ainda mais fortes no jogo.

Toda essa tecnologia é baseada no conceito de blockchain que garante a segurança e a autenticidade de cada transação realizada. Assim, não temos um problema de segurança, mas sim um problema de confiabilidade na moeda e se ela ficará estável nos próximos meses, garantindo que investimentos feitos nos jogos não irão derreter. Como o Bitcoin é a maior entre as criptomoedas, chegando a representar metade do que é transacionado em termos de volume, uma variação desta criptomoeda afeta todas as outras e isso pode ser visto quando analisamos o gráfico de evolução do valor do Bitcoin.

Usar criptomoedas nos jogos pode atrair um bom público mais ainda é um assunto complexo. Recentemente, a Mojang, produtora do Minecraft, anunciou que não irá usar NFTs no seu jogo pois isso afetaria a jogabilidade e o prazer do usuario no longo prazo. Cada empresa deverá tomar a sua decisão e saber quais caminhos deve seguir para se manter no mercado atendendo aos seus clientes.